Quando deixas de te sentir em casa na tua casa, talvez seja tempo de encontrar o fio que te traga um reencontro.
Entre ti e o espaço que habitas, entre o teu movimento e o espaço que percorres, entre a tua necessidade/desejo de acolhimento e a estrutura que te suporta, entre a imagem de ti mesma e o reflexo externo que emanas (ou percepcionas emitir).
Este espaço foi casa digital para um período criativo de mais de 8 anos.
Expus por aqui muito do meu processo de crescimento e aprendizagem, e muitos dos meus impulsos vitais.
a estrutura ficou confusa, dispersa e aos poucos silenciosa. Outras plataformas ganharam voz, para também por fim se absterem.
Quão valioso pode ser o silêncio.
É... nem tudo se adapta a ter expressão evidente, até mesmo porque por vezes - arriscaria quase dizer sempre - o invisível contém tão mais poder que manifesto.
É ao invisível que me tenho prostrado, aprendiz. ao espaço fértil de onde tudo nasce, onde a intenção é semente que faz possível e determina a criação.
Abrir novos caminhos por vezes relembra caminhar no escuro.
Aceitando que a luz porque vezes irradia para dentro, dando foco ao que se quer e ao que não se quer ver.
Relembrando que velocidade é profundamente subjectiva, o movimento interno pode parecer inexistente e requerer tão mais que o externo. Aceitando que há processos criativos que precisam fazer nascer lutos. Limpando o obsoleto, libertando pesos que atravancam passagem.
Casa reordenada traz-me paz.
Confirma os ciclos que encerro, os trânsitos percorridos e recarrega-me de alento.
Ajuda-me encontrar os sinais que me recordam qual a direcção, a reconhecer-me como estrutura enraizada: em mim mesma: eu casa.
Desconfio que desse lado não haja testemunhos para este encerro ... e honrando a possibilidade que existam, deixo o convite a conhecerem a casa nova.
A arte exposta não é nova, está apenas mais arrumada, deixando espaço para receber o novo - novas explorações sobre commemorare Beleza. Bem-vindxs!
* the beauty of being alive *